1- Efeito anti-bacteriano.
2- Efeito anti-inflamatório e analgésico.
3- Efeito imunoativador.
4- Efeito anti-tumoral
5- Efeito inibidor de câncer e redução de efeitos colaterais provocados pelos medicamentos contra câncer.
Palestra
A PRÓPOLIS DE SOLUÇÃO AQUOSA
Palestra do Prof. Dr. Ikukatsu Suzuki, PhD
1 - Introdução.
As abelhas habitam a terra desde muito antes dos seres humanos. Diz-se que elas vivem há 42 milhões de anos e o ser humano, há 4 milhões de anos.
Do Egito, há 7 mil anos atrás, tem-se um desenho que mostra as pessoas colhendo o mel da abelha. Há também um registro da civilização mesopotâmica, de mais de 4 mil anos, descrevendo a utilização da própolis para fins terapêuticos.
A primeira pessoa que estudou cientificamente a própolis foi Aristóteles, ilustre filósofo da Grécia antiga, que já ressaltava as qualidades medicinais da própolis.
O significado da palavra própolis
Existem duas versões para explicar a origem da palavra “própolis”. A primeira, de origem inteiramente grega, resultante da junção da palavra “pró”, que significa “em favor de” ou “em defesa de “ e a palavra “polis”, que significa “cidade” . Portanto, segundo essa versão, “própolis” significa “a defesa da cidade” , entendendo que a colmeia é uma cidade das abelhas.
A segunda versão, que também resulta da junção de suas palavras, tem como origem a palavra “propo” do latim, que significa “estrutura” mais o termo grego “polis”. Assim, nessa versão a palavra “própolis” adquire o significado de “estrutura da cidade”.
O que as abelhas fazem com a própolis
A própolis é retirada em maior quantidade da região próxima à entrada da colmeia e a abertura da entrada é quase do tamanho de uma abelha. Isto significa que a entrada da colmeia é bem fechada e guarnecida com a própolis para protegê-la de agentes naturais externos.
Além dessa proteção contra agentes externos, descobriu-se que a própolis possuía também efeito desinfetante. A própolis é encontrada em vários locais da colmeia, mas é na entrada dela que concentra maior quantidade de própolis.
Quando as abelhas retornam à colmeia e passam por essa entrada protegida com própolis, o seu corpo é esterilizado para assegurar a higiene da colmeia, tornando seu ambiente interno imune de vírus e bactérias em uma ação conjunta com própolis depositadas em outras partes da colmeia.
Os insetos que porventura invadirem a colmeia apesar da proteção existente são imediatamente picados e mortos, e ainda embalsamados quando, em virtude do tamanho dos insetos, as abelhas tiverem dificuldade de carregá-los para fora da colmeia.
A presença de um inseto morto dentro da colmeia é considerada anti-higiênica pelas abelhas, que são insetos muito preocupados com a higiene a tal ponto de as evacuações serem efetuadas fora da colmeia.
Como as abelhas produzem própolis
As matérias-primas da própolis são as resinas vegetais colhidas de germes e flores de algumas plantas específicas. As abelhas conhecem, pelo seu instinto, quais são essas árvores e em que época colher suas resinas. Essas resinas são misturadas com as secreções da própria abelha, que são enzimas naturais.
De acordo com o tipo de árvore utilizado pela abelha, assim com em função do ambiente em que vivem, a própolis terá a tonalidade, aroma, composição e efeitos medicinais diferentes.
2 - A extração da própolis
A própolis comercializada e consumida é um extrato da própolis bruta ( em pedra). Portanto, os componentes e os efeitos da própolis comercializada depende do tipo da própolis bruta e do método de produção de seu extrato.
A própolis bruta contém substâncias solúveis em óleo, em água e também aquelas solúveis em óleo e água. Quando a extração é feita na água, a própolis extraída contém substâncias solúveis em água. Quando é utilizado o álcool para a extração, o extrato resultante é composto por substâncias solúveis em óleo.
As substâncias solúveis em óleo e água poderão ser extraídas tanto no álcool quanto na água. Isto significa que a própolis de solução aquosa contém componentes diferentes da própolis de solução alcóolica ao lado de componentes comuns.
Os métodos usuais de extração da própolis
A maioria dos componentes da própolis são substâncias solúveis em óleo, razão pela qual a extração por meio de álcool é a mais comum. No Japão, mais de 90% da própolis comercializada atualmente são de solução alcóolica.
Fomos pioneiros no desenvolvimento da própolis de solução aquosa no Japão e alguns fabricantes japoneses já estão comercializando este produto.
Além da própolis de solução alcóolica e aquosa, existem outras, em menor escala, produzidas pelo método de extração por emulsionamento ou com gás carbônico liqüefeito. Recentemente, um produto extraído em uma mistura de álcool e água foi desenvolvido em nosso laboratório.
Método de extração por meio de álcool ( etanol)
É o método mais tradicional de extração da própolis amplamente utilizado até hoje. A razão disso é a alta solubilidade da própolis em álcool por causa da grande quantidade de componentes oleosos.
O método de extração em álcool é bastante simples e talvez isto tenha contribuído também para a sua popularidade. As etapas do processo de produção são as seguintes:
1- A própolis bruta em pedra é fragmentada e imersa em álcool. Usualmente a proporção de mistura é de 1 parte de própolis para 5 de álcool.
2- O liquido é misturado de vez em quando e mantido por uns 10 dias.
3- O extrato líquido é centrifugado e filtrado.
Esse líquido filtrado é a própolis de solução alcóolica. Seus componentes principais são substâncias aromáticas como flavonóides e ésteres de ácido orgânico.
Embora seja o método mais comum, a própolis produzida por esse método apresenta algumas inconveniências, tais como: o forte cheiro do álcool, a dificuldade de absorção pelo corpo humano por causa da grande quantidade de componentes oleosos como resina e cera, etc.
Método de extração por emulsionamento
Esse método consiste na transformação da própolis de solução alcóolica em estado de emulsão, por meio da adição de substâncias emulsificantes ( surfactantes) como ésteres de ácido graxo, glicerina etc.
Uma emulsão pode ser dividida em dois grandes grupos. A primeira é a emulsão de óleo em água, caracterizada pela suspensão de partículas oleosas dentro da água e a segunda, a emulsão de água em óleo, caracterizada pela presença de partículas de água em óleo.
A própolis em emulsão é do tipo óleo em água. Nesse estado, o cheiro forte da resina que caracteriza a própolis de solução alcóolica é menor, além disso, dissolve com maior facilidade na água, o corpo humano absorve mais facilmente e a resina não adere ao recipiente.
Método de extração com gás carbônico liqüefeito
Esse método utiliza o dióxido de carbono liqüefeito. Em seu estado normal o dióxido de carbono é um gás ( gás carbônico), mas ao ser comprimido com a aplicação de altas pressões torna-se líquido.
A própolis bruta é colocada no dióxido de carbono liqüefeito e diluída. Após um determinado tempo, reduz-se a pressão até o valor inicial fazendo com que o dióxido de carbono retorne ao estado gasoso. A substância residual desse processo é o componente útil da própolis dissolvida.
O gás carbônico liqüefeito apresenta a propriedade de dissolver bem as substâncias oleosas. Por essa razão, em comparação com a própolis de solução alcóolica, esse produto contém maior quantidade desses componentes oleosos e não apresenta aquele cheiro forte, uma vez que o processo não utiliza o álcool, eliminando assim um dos problemas da própolis de solução alcóolica.
Método de extração em etanol hidratado
A extração é feita com o etanol contendo certa porcentagem de água destilada. Esse método apresenta e vantagem de poder extrair juntos os dois tipos de componentes, que normalmente estão presentes apenas em própolis de solução alcóolica ou em própolis de solução aquosa.
Em geral, a concentração de etanol empregada é de 40% a 70%.
3- A própolis extraída na água
No Japão fomos pioneiros no desenvolvimento do método de extração por meio da água.
Foi um acontecimento bastante significativo, pois descobriu-se que a própolis bruta continha substâncias solúveis em água e que essas substâncias também apresentavam efeitos medicinais já reconhecidos em componentes oleosos da própolis.
Sem dúvida a extração em álcool é um método apropriado para a própolis, uma vez que ela contém grande quantidade de substâncias oleosas. Entretanto, não podemos negar que a própolis de solução alcóolica apresenta alguns problemas.
O porque da extração na água
Uma das coisas que mais me incomoda é aquele odor forte de álcool. Em geral, as pessoas que consomem a própolis são pessoas idosas e, na maioria dos casos, apresentam problemas de saúde. Será que o sabor e o cheiro não são muito fortes para elas?
Esta indagação foi o ponto de partida para a minha pesquisa e queria que as pessoas tomassem a própolis como se fosse uma rotina para manter sua saúde e não apenas quando estivessem doentes.
Para tanto, acredito que a condição primordial para a própolis é ser deliciosa e fácil de tomar. Muitas pessoas param de tomar quando se recuperam da doença por causa da dificuldade de tomar própolis de solução alcóolica.
No entanto, dependendo da origem, 80% da própolis são substâncias oleosas não solúveis em água. Quando iniciamos a pesquisa, não sabíamos o quanto de substâncias eficaz conseguiríamos extrair utilizando a água. A incerteza era grande até obtermos resultados positivos e acabamos levando um ano e meio para obter o primeiro produto, após muitas experiências e dedicação da equipe.
A própolis brasileira
Quando se fala em própolis a mais conhecida é a própolis brasileira, mas existem outros países produtores, tais como: China, Argentina, Uruguai, Hungria, Bulgaria, Austrália, Canadá, etc. Ou seja, onde houver a abelha produtora de mel, será possível coletar a própolis. Portanto, não há necessidade de escolher o país de origem para a produção da própolis.
Entretanto, em nossa pesquisa tivemos a sorte de utilizar a própolis brasileira, pois ela apresenta propriedades que não existem em própolis de outros países.
O Instituto de Pesquisa API do Japão efetuou um estudo interessante. Nesse estudo a própolis foi dividida em brasileiras e não brasileiras e os critérios utilizados para essa divisão foram: o volume do extrato obtido pela extração alcóolica e a extração aquosa e o teor de flavonóides da própolis.
O resultado da pesquisa mostrou que, pelo método de extração na água, a própolis brasileira produz quase o dobro de extrato em comparação com própolis não brasileiras, demonstrando que a própolis brasileira contém maior quantidade de substâncias solúveis em água.
4- Os efeitos medicinais da própolis de solução aquosa
As nossas pesquisas demonstraram cinco efeitos benéficos da própolis descritos a seguir:
1- Efeito anti-bacteriano.
2- Efeito anti-inflamatório e analgésico.
3- Efeito imunoativador.
4- Efeito anti-tumoral
5- Efeito inibidor de câncer e redução de efeitos colaterais provocados pelos medicamentos contra câncer.
Esses cinco efeitos são apresentados também em própolis de solução alcóolica e, a nosso ver, as propriedades terapêuticas da própolis de solução aquosa não deixa nada a desejar em comparação com a de solução alcóolica.
Ao lado dessas propriedades, a própolis de solução aquosa apresenta a vantagem de ser mais segura e fácil de ser absorvido pelo corpo humano e, além de não apresentar odor forte, a resina não forma camada nem fica impregnada no copo quando se toma a própolis com a água, facilitando muito sua ingestão.
Como foi ressaltado anteriormente, essas qualidades são muito importantes para a difusão da própolis e melhorar a sua aceitação.
Connect the Dots (Einstein was right - honey bee collapse threatens global food security)
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Palestra ditada no dia 26 de julho de 2000, às 17:00 horas, no auditório do Hotel Barão Lu, no Bairro da Liberdade, em São Paulo - SP, a palestra do Prof. Dr. Ikukatsu Suzuki PhD sobre o tema “A PRÓPOLIS DE SOLUÇÃO AQUOSA”. A palestra teve o patrocínio da MN Própolis e Apiários Sakamoto e apoio da APACAME.
Síntese da palestra fornecida aos participantes e publicação autorizada pelo palestrante. Infelizmente não constaram da síntese, vários gráficos, utilizados durante a palestra, demonstrando a eficiência da Própolis em Solução Aquosa.
Texto da transcrição da palestra reproduzido da APACAME
Foto própolis: Polemel
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